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2012 - Livro Vermelho 2013

Rudgea vellerea Müll.Arg. NT

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 05-03-2012

Criterio:

Avaliador:

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Espécie arbustiva que ocorre em baixas densidades. ?Espécie tem sido encontrada na última década, no entanto sua distribuição é restrita, extensão de ocorrência 3.448km², na Serra do Mar até 1000m altitude. Quase ameaçada, devido a mais ter mais de dez situações de ameaça (location). Região apresenta contínuos de Mata Atlântica, mas as ocorrências claramente se agrupam em ao menos dois conjuntos, um mais ao norte na Serra de Petrópolis-Teresópolis e outra mais ao sul na costa verde entre Parati e Ubatuba. É necessário estudos genéticos para compreender a dinâmica populacional entre essas sub-regiões, devido a presença 3 grandes rodovias interestaduais o isolamento de subpopulações raras podem ficar sujeitas ao rápido declínio populacional.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Rudgea vellerea Müll.Arg.;

Família: Rubiaceae

Sinônimos:

  • > Pachysanthus macrophyllus ;
  • > Rudgea multicostata ;
  • > Rudgea pachysantha ;
  • > Uragoga multicostata ;
  • > Uragoga pachysantha ;
  • > Uragoga vellerea ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Espécie descrita em Fl. Bras. 6(5): 208-209. 1881. Uma das mais impressionantes espécies do gênero, R. vellerea é distinta pelas suas folhas largas e oblongas com pecíolos muito longos, e flores carnosas densamente pilosas externamente (Zappi, 2003).

Dados populacionais

Em amostragem realizada no Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo Picinguaba, no estado de São Paulo, foram quantificados um total de oito indivíduos em 52 parcelas de 10m² (Martin-Gajardo; Morellato, 2003). Em estudo realizado por Prata et al. (2011), no Núcleo Picinguaba, foram amostrados três indivíduos em uma área de 1ha. Segundo Rochelle et al. (2011), em estudo realizado também em Picinguaba, foram amostrados numa área de 1ha um total de 5 indivíduos.

Distribuição

Endêmica do Brasil; ocorre nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo; entre 0-1000m de altitude (Zappi, 2003; 2012).

Ecologia

Caracteriza-se por arvoretas a árvores, podendo atingir de 4-9m de altura (Zappi, 2003); possui queda foliar concomitante com o brotamento, sendo considerada uma espécie perenifólia (Martin-Gajardo; Morellato, 2003).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes OEstado de São Paulo originalmente possuía aproximadamente 81,8% (20.450.000 ha)de seu território coberto por Mata Atlântica. Hoje, a Mata Atlântica no Estadorepresenta cerca de 18% da remanescente no Brasil, concentrando-se ao longo dolitoral e encostas da Serra do Mar, significando cerca de 8,3% da área doEstado e 83,6% da vegetação nativa ainda existente no Estado. Mesmo em áreasprotegidas ocorrem ameaças como invasões de populações marginalizadas(favelização de manguezais e encostas), especulação imobiliária), mineração,extrativismo vegetal clandestino, caça e pesca predatórias, lixões, poluição daágua, mar, ar e solo e chuva ácida sendo essas ameaças permanentes àconservação dos remanescentes da Mata Atlântica no estado de São Paulo (Costa, 1997).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes OEstado do Rio de Janeiro apresentava 98,59% de sua área coberta por FlorestaAtlântica. No entanto, assim como no restante do territóriobrasileiro, esta formação vem sofrendo ao longo dos séculos um intenso processode fragmentação e redução, especialmente devido a sua localização. As florestas doestado do Rio de Janeiro estão entre as mais ameaçadas, já que cobrematualmente menos de 20% da área florestal original (Fonseca, 2009).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes O ecossistema Restinga está seriamenteameaçado ao longo de toda a costa brasileira, devido à forte pressão antrópicacausada pela pecuária, agricultura, desenvolvimento urbano, e turismo. Apenaspoucas áreas deste ecossistema estão protegidos (precariamente), e açõesurgentes são necessárias a fim de assegurar a conservação desse importanteecossistema (Delprete, 2000).

Ações de conservação

1.2.1.2 National level
Observações: Aespécie consta no Anexo II da Instrução Normativa nº 6, de 23 de Setembro de2008 (MMA, 2008) sendo considerada uma espécie com Dados Deficientes (DD) para avaliação do risco de extinção. Foiconsiderada Em Perigo (EN) em avaliação de risco de extinção empreendida pelaFundação Biodiversitas (Biodiversitas, 2005).

4.4.3 Management
Observações: Espécie ocorre em Unidades de Conservação: Parque Estadual da Serra do Mar, no estado de São Paulo, Parque Nacional da Serra dos Órgãos e Reserva Biológica do Tinguá, no Rio de Janeiro (Zappi, 2003).

Referências

- ZAPPI, D. Revision of Rudgea (Rubiaceae) in Southeastern and Southern Brazil., Kew Bulletin, v.58, p.513-596, 2003.

- COSTA, J.P.O. Avaliação da reserva da biosfera da Mata Atlântica., São Paulo, 1997.

- GOMES, J.A.M.A.; BERNACCI, L.C.; JOLY, C.A. Diferenças florísticas e estruturais entre duas cotas altitudinais da Floresta Ombrófila Densa Submontana Atlântica, do Parque Estadual da Serra do Mar, município de Ubatuba/SP, Brasil., Biota Neotropica, 2011.

- ROCHELLE, A.L.C.; CIELO-FILHO, R.; MARTINS, F.R. Florística e estrutura de um trecho de Floresta Ombrófila Densa Atlântica Submontana no Parque Estadual da Serra do Mar, em Ubatuba/SP, Brasil., Biota Neotropica, p.337-346, 2011.

- PRATA, E.M.B.; ASSIS, M.A.; JOLY, C.A. Composição e estrutura da comunidade arbórea na transição da Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas - Floresta Ombrófila Densa Submontana do Núcleo Picinguaba/PESM, Ubatuba, sudeste do Brasil., Biota Neotropica, v.11, p.285-299, 2011.

- ZAPPI, D.; BARBOSA, M.R.V.; CALIÓ, M.F. ET AL. Rubiaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, p.449-461, 2009.

- ZAPPI, D. Rudgea vellerea in Rudgea (Rubiaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil., Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB014272>.

- DELPRETE, P.G. Melanopsidium Colla (Rubiaceae, Gardenieae): a monospecific Brazilian genus with a complex nomenclatural history, Brittonia, v.52, p.325-336, 2000.

- MARTIN-GAJARDO, I.S.; MORELLATO, L.P.C. Fenologia de Rubiaceae do sub-bosque em floresta Atlântica no sudeste do Brasil., Revista Brasileira de Botânica, v.26, p.299-309, 2003.

- FONSECA, R.N. Estrutura e composição florística do estrato arbóreo em um trecho de floresta ombrófila densa submontana no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Guapimirim, RJ. Monografia. Seropédica: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (Instituto de Florestas), 2009.

Como citar

CNCFlora. Rudgea vellerea in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Rudgea vellerea>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 05/03/2012 - 20:18:25